domingo, 3 de maio de 2009

A escolha

A ESCOLHA é irónica, trocista, sarcástica e mordaz. O prazer de Aprender que se tem de escolher, que não se pode ter duas coisas ao mesmo tempo é um sinal preciso do carácter trágico da vida que consiste no simples facto de, se uma coisa não se concilia com outra, tem de haver escolha!
A consequência é simples mas é derradeira, renuncia-se a umas coisas para se “ter” outras …
Há dias falava com uma pessoa que me é muito especial, resvalamos na escolha e ele disse-me “é muito bom ter escolha não é!?”, eu confirmei, sim é bom ter escolha, mas é uma ironia ter de escolher. Se se tem de escolher é porque ambas as hipóteses se apresentam como potenciais opções e ter de escolher ainda que nos dê o império da preferência empurra-nos para a ironia do sensato …
“Liberdade não é poder escolher entre preto e branco mas sim abominar este tipo de propostas de escolha”
Theodore Adorno

Eu gosto de ter para escolher mas não gosto de ter de escolher … mas, como toda a gente, sou obrigada a escolher diariamente sobre tantas opções que se me apresentam na vida, umas insignificantes que se prendem com coisas banais do dia a dia, outras mais duras que abraçam sentimentos, vontades, desejos, quereres …
O processo de escolha - de aceitação por um lado e de rejeição pelo outro – acompanha-nos sempre a cada passo e a cada impasse.
Eu escolhi não escolher, não me sentir desafiada, nem sequer senti vontade de saber se tinhas voltado … se voltaste foi porque escolheste voltar, eu escolhi ficar com o meu livro a esventrar ao meadros da CIA, legado de cinzas pela mão do Tim Weiner …
Foi uma escolha inteligente?
Não sei. Não quero saber.
A minha não escolha foi a escolha que fiz no momento em que me lançaste o desafio, acabei por não te ligar hoje … ligo-te amanhã para saber se estás bem, se já chegaste …
Uma escolha inteligente implica um sentido realista dos valores e das proporções e esta é a minha actual realidade. Garanto-te que exige um profundo conhecimento do que fui, do que sou e do quero e quero ser!




O destino é a seara que cresce da semente da escolha …

10 comentários:

Santo PC disse...

Torta!

El Matador disse...

...Ter um livro para ler e não o fazer...

Vulgar disse...

... e será que as escolhas são conscientes, amadurecidas, pensadas?
acho que o nosso dia a dia é dominado por decisões emocionais que são depois racionalizadas, sendo o nosso inconsciente, muito mais sábio e certeiro naquilo que é bom para nós próprios...
bjs

FacAfiada disse...

Santo Padre,
Torta de quê??
Chocolate?? Já ia sim Sr.!

Nada de sal ...

FacAfiada disse...

El matador,
Quando se justifica ter mas não o ler é muito bom ...

FacAfiada disse...

Vulgar,
As escolhas não tem de ser sempre conscientes ... as vezes até nem são nada conscientes!

Santo PC disse...

Tu é que és Torta!

Francisco Sequeira disse...

Já falamos dezenas de horas sobre as escolhas, não tem de ser sempre claras, directas, objectivas.

FacAfiada disse...

Santo padre,
De "chicolate", adoro tordas de "chicolate"!

FacAfiada disse...

Francisco,
Já falámos dezenas de horas de muitas coisas, mas não retive lá grande coisa!

Deixa lá ...